Há soluções financeiras que permitem usufruir das suas poupanças de forma gradual. Quando chegar à idade da reforma, procure utilizar as poupanças acumuladas de forma consciente e equilibrada.
Para quem acumulou poupança através de PPR, existe a possibilidade de iniciar, na fase da reforma, um plano de resgate programado que passa por receber todos os meses um montante na conta à ordem, durante o período que definir. Assim, garante que é colocado na conta à ordem um determinado valor para utilizar no dia-a-dia.
Por exemplo, se constituiu um PPR no valor de 50.000€ e quer ter uma renda mensal ao longo de 8 anos, irá receber 520€ por mês. Este valor vai acrescer ao valor da sua pensão. Por exemplo, se recebe de reforma 2.140€ e a este montante juntar os 520€ mensais do seu PPR, passar a dispor de um rendimento de 2.660€ todos os meses.
Garanta liquidez
Para a eventualidade de ocorrer uma despesa inesperada, por exemplo, um problema de saúde, é importante contemplar soluções que permitam ter o dinheiro disponível de forma imediata. Nesse caso poderá ponderar a escolha de aplicações com capital garantido que conjuguem a possibilidade de mobilização antecipada (parcial ou total) sem penalizações de juros ou optar, em alternativa, por produtos com prazos mais curtos (por exemplo 3, 6 ou 12 meses).
Evite ter uma elevada quantia de dinheiro na carteira, em casa ou na conta à ordem. Aplique-o para sua segurança e para obter rentabilidade. Tenha em atenção que os mais idosos correm riscos acrescidos devido a roubos ou situações em que são coagidos (por burla) a fazer levantamentos.
Se tiver bens de valor em casa, especialmente joias ou objetos de arte, o banco pode disponibilizar-lhe um cofre de aluguer à medida das suas necessidades, mediante o pagamento de um valor anual. Poderá aceder a esse cofre quando quiser e, inclusivamente, nomear perante o banco outras pessoas que poderão fazê-lo. Os cofres de aluguer são uma alternativa segura para preservar os seus bens mais valiosos. Por exemplo, quando fizer uma viagem mais longa ou ficar algum tempo em casa de um familiar.
Garanta capital e rentabilidade
Procure garantir que o montante não distribuído da sua poupança possa gerar alguma rentabilidade, através dos juros. Por exemplo, no final dos 8 anos de PPR, pode receber os juros acumulados que são calculados sobre o dinheiro que permanece na conta e que ainda está à espera de ser distribuído.
Se, no final do mês, a conta à ordem ficar com dinheiro de que não vai precisar, equacione fazer uma aplicação financeira, por exemplo, em depósitos a prazo. Esta opção pode garantir uma rentabilidade atrativa e a disponibilidade do dinheiro investido, com um risco mais baixo. Existem também opções de poupança automática, que podem ser associadas à sua conta ou aos cartões bancários. Estas opções podem ser ativadas nas agências dos bancos e/ou através do homebanking.
Quando o montante investido atingir valores mais altos, uma parte pode ser utilizada para reforçar um PPR, um depósito a prazo ou uma poupança que tenha constituído.
É importante também garantir que a sua poupança para a reforma inclui a possibilidade de resgatar parte ou a totalidade do capital, caso exista uma necessidade repentina de liquidez perante, por exemplo, um acidente ou um problema de saúde.
Os produtos que proporcionam “rendas vitalícias” podem ser uma opção. São produtos em que o aforrador entrega uma determinada soma de dinheiro (a seu favor ou de outrem), com o objetivo de receber uma renda mensal constante durante toda a sua vida. O montante a receber depende da quantia entregue, da idade do beneficiário e da esperança média de vida, entre outros fatores. Tenha em atenção que, normalmente, os produtos com rendas vitalícias não permitem, após a sua constituição, o resgate do valor total investido, isto é, não pode retirar a totalidade do dinheiro que foi investido na poupança (e que está a ser acumulado na mesma) para o usar para outro fim. Nestes casos, o montante aplicado só pode ser recebido através do tipo de renda que definiu.
Procure informar-se junto do seu gestor financeiro ou do seu banco e não deixe de analisar as várias alternativas existentes no mercado para as poder comparar e encontrar a solução que melhor serve as suas necessidades.
Algumas dicas
- Coloque uma parte do património em aplicações adaptadas às suas necessidades financeiras.
- Estabeleça um plano de resgates mensais para a idade da reforma, com a finalidade de levantar uma parte do dinheiro todos os meses.
- A opção pelo pagamento faseado permite, no termo do contrato, o pagamento do capital remanescente ao titular ou aos seus beneficiários.
- Sempre que considere necessário, informe-se junto do seu gestor de conta, para conhecer bem as características das aplicações a prazo que subscreve.