Renegociar um empréstimo à habitação significa alterar as condições do contrato que celebrou com o banco e que se tornaram obrigações das partes. Desta forma, qualquer alteração aos termos do contrato de empréstimo exige a concordância do banco.
Prazo do empréstimo
Alargar o prazo do empréstimo é uma das opções que lhe permite ter uma prestação mensal mais reduzida. Contudo, no final desse prazo, o valor de juros pagos será superior. A maioria dos bancos permite prazos até aos 75 anos de idade do proponente.
Taxa de juro
Outra opção é alterar o regime de taxa de juro que tem contratado com o banco. Pode negociar com o seu banco a passagem do empréstimo de taxa de juro variável (que sobe ou desce em função da taxa de referência, por exemplo, Euribor a 3, 6 ou 12 meses) para taxa de juro fixa (que se mantém estável independentemente do valor da taxa de referência) ou vice-versa. Se o seu empréstimo tiver sido contratado com taxa de juro variável (também chamada “taxa indexada”), pode pedir ao banco uma alteração da periodicidade da revisão do indexante do empréstimo, normalmente de três, seis ou doze meses e, eventualmente, beneficiar da evolução das taxas de juro.
Tome nota: Quando as taxas estão a subir, fixar uma taxa de juro ou optar por um indexante de maior prazo pode significar uma poupança. Quando as taxas estão a descer, o regime de taxa variável com indexantes de menor prazo pode ser uma vantagem.
Pode ainda solicitar uma revisão do spread, com vista à sua redução, o que, caso seja aceite pelo banco, poderá resultar na diminuição da sua prestação mensal.
Período de carência
Caso o seu rendimento tenha sofrido uma redução drástica, mas transitória, poderá ser possível negociar um período de carência com o seu banco.
- Carência de capital – Na carência de capital é possível negociar a diminuição do valor da prestação a pagar durante um determinado período de tempo. Nesse período, as prestações são compostas apenas por juros, adiando o reembolso do capital do empréstimo.
- Carência total – No caso da carência total, é possível não pagar qualquer prestação durante um determinado período de tempo. A principal vantagem é a possibilidade de adiar o pagamento das prestações ao banco, se tiver a noção de que a sua situação financeira irá melhorar posteriormente. Não se esqueça que quando recomeçar a pagar o empréstimo, o valor da prestação irá ser superior ao que teria de pagar caso não tivesse solicitado o período de carência total, uma vez que ao valor já em divida acrescerão juros.
- Diferimento de capital – Neste caso, uma percentagem do empréstimo poderá ser paga apenas no final do prazo do empréstimo, ou seja, na última prestação. Até lá são pagos apenas os juros sobre essa parcela do capital.
Já sabe, se for confrontado com situação de caráter excecional, que coloque em risco o pagamento das prestações, como redução do seu rendimento ou o desemprego, procure alertar atempadamente o seu banco para que este possa avaliar a sua situação, assim como, a eventual renegociação do seu empréstimo, de modo a evitar que entre em incumprimento.