Desde o momento em que entramos na vida ativa, é importante criar um plano personalizado de poupança que nos permita enfrentar as diferentes etapas do futuro. Quando decidimos começar a poupar surgem perguntas perante as várias opções com que nos deparamos: a constituição de uma conta poupança, de um depósito a prazo ou até de um plano poupança reforma (PPR).
No Dia Mundial da Poupança, preparámos um guia para tentar ajudá-lo a encontrar aquela que pode ser a melhor opção de poupança para si.
1. Que tipo de poupança é a mais indicada?
Antes de avançar para a constituição de uma poupança deve ter em consideração uma regra: se possível, manter o mínimo de dinheiro disponível à ordem. A partir daqui, pode começar a traçar os seus planos de poupança e investimento de acordo com os objetivos que tem em mente para rentabilizar o seu dinheiro. Tenha em conta que não deve colocar todo o seu capital disponível no mesmo produto. Se procura mais segurança, opte por contas poupança, uma vez que têm capital garantido. Se está disposto a arriscar para ter mais rentabilidade no futuro, talvez um PPR seja uma boa opção para si. Lembre-se, quanto maior a rentabilidade, por norma, maior é o risco de perda.
2. Vale a pena ter uma conta poupança ou um depósito a prazo?
As contas poupança são uma boa opção para quem está a construir gradualmente a sua poupança e pretende reforçá-la regularmente ou de forma programada. São também uma opção mais flexível, não sendo necessário comprometer-se com um prazo fixo para receber juros, já que estes são pagos por norma com uma regularidade trimestral ou semestral. Outro fator decisivo para a sua escolha é a possibilidade de mobilização do capital, cujas condições é importante conhecer para evitar a perda total de juros.
Os depósitos a prazo, por outro lado, pressupõem a definição de um prazo de início e fim, após o qual receberá os juros do mesmo. A poupança pode ser iniciada de forma simples e com montantes base relativamente baixos, ao contrário de outro tipo de soluções. Os depósitos a prazo são geralmente menos flexíveis que as contas poupança por não permitirem reforços. Apesar das taxas de juro neste tipo de aplicações poderem ser mais baixas do que noutros produtos financeiros, são investimentos seguros que, por norma, não implicam perdas do capital investido
Fale com o seu banco e procure saber qual o tipo de poupança que oferece as melhores condições para o seu caso.
3. Um Plano de Poupança Reforma é uma boa opção?
Os Planos de Poupança Reforma (PPR), para além de lhe garantirem uma poupança, podem ser dedutíveis até 20% no IRS e, no momento do seu reembolso, beneficiam de taxas de imposto mais reduzidas que outros produtos financeiros. Analise o seu orçamento mensal e defina um valor mediante os seus objetivos, para que possa reforçar todos os meses o seu PPR através de entregas programadas.
4. Quando devo começar a pensar na reforma?
Quanto mais cedo começar a planear a sua reforma, melhor. Nunca é demasiado cedo para começar a poupar para uma fase tão importante das nossas vidas. De preferência, deve começar a fazer um Plano Poupança Reforma assim que começa a sua vida ativa. Deste modo, está a garantir um longo tempo de poupança e uma capitalização superior no rendimento do seu PPR.
5. É aconselhado fazer um orçamento familiar?
A resposta a esta questão é claramente: sim. Este é o primeiro passo no caminho da poupança. Recorra a uma folha de cálculo para colocar todas as despesas correntes e previstas para cada mês do ano. Seja rigoroso, todos os gastos devem ser tidos em conta, até os mais reduzidos. Vá analisando as entradas e saídas de dinheiro e a avalie a todo o momento a sua situação financeira. Ajuste o seu orçamento familiar e evite surpresas desagradáveis.
6. E como posso rentabilizar o dinheiro que ponho de parte?
Para aplicar o seu dinheiro a longo prazo, não coloque todo o capital no mesmo produto. Os especialistas financeiros sugerem uma estratégia que passa por diversificar e distribuir o capital por várias soluções de poupança e, se estiver disposto a arriscar, considere soluções de investimento.
Caso venha a necessitar de usar o dinheiro aplicado em contas poupança ou depósitos a prazo, analise de onde pode retirar o seu capital com a menor taxa de penalização. Deve de ter em atenção que algumas destas soluções não podem ser mobilizadas sem perda total de juros ou encargos de resgate, sobretudo nos primeiros meses. Nestes casos, se surgir alguma situação onde necessita de capital com urgência, pode não ser benéfico aceder a esse dinheiro. Deixe de parte numa conta poupança algum dinheiro que lhe permita fazer face a imprevistos. O ideal é investir num produto que lhe permita obter o dinheiro de forma rápida e sem penalizações.
7. Posso pôr de parte mais dinheiro num mês e gastar no mês seguinte?
Sim, é possível. No entanto, quanto menos disciplinado for o seu plano de poupança tornar-se-á mais difícil de gerir. Por muito pouco que consiga poupar, é sempre preferível guardar um pouco todos os meses do que iniciar a sua poupança com entregas mais elevadas e depois passar vários meses sem poupar. A frequência de poupança é tão ou mais importante do que a quantia depositada na sua conta poupança.
8. E o que faço às dívidas que tenho?
Para conseguir poupar é importante eliminar primeiro todas as dívidas Seja de forma imediata ou através de um plano de amortização comece por liquidar as dividas. É fundamental eliminar todos os juros que possa estar a ter de suportar e que não lhe permitem poupar.
9. Qual deve ser o objetivo do meu investimento?
Ao responder a esta pergunta estará a determinar qual o período temporal para os seus investimentos. Poupar para ir de férias ou para dar início à compra de um carro tendem a ser investimentos a curto prazo. Logo, não irá querer que o seu dinheiro seja investido num PPR, com flutuações ou encargos e taxas de penalização.
Para investimentos de curto prazo é necessário poder aceder facilmente às suas poupanças. Nestes casos, o mais indicado será uma conta poupança ou um depósito a prazo de curta duração.
Se o objetivo do seu investimento for a médio-longo prazo, por exemplo, poupar para a reforma, neste caso, a melhor opção será uma conta poupança reforma (PPR) que lhe ofereça o máximo de garantias de vir a ter bom fundo de maneio, quando deixar de trabalhar.